Nascida em 23 de setembro de 1970, a bióloga Silvania Santos complementa seus estudos com cursos de artes cênicas e cinema desde 1995. Cursou interpretação para teatro no Tablado, cinema com Walter Lima Jr e TV com Alexandre Klemperer. Estudou linguagem de cinema Joaquim Três Rios (efeitos visuais no cinema), Eduardo Aguilar (Assistência de direção), dentre outros.

Atuou como assessora pedagógica no projeto “Cinema-Escola” do Grupo Estação, no Rio de Janeiro. Fundou o projeto “Cineapreender”, em Belo Horizonte, que levava alunos de escolas públicas e privadas ao cinema e oferecia palestras e oficinas sobre a linguagem do cinema. Foi uma das fundadoras do grupo “A Tela e o Texto”, para reunir pesquisadores interessados na interface entre literatura e cinema, grupo este que hoje é um projeto de extensão da UFMG. Atuou no coral do Tablado e é integrante do grupo de samba Cristino e Cia. Além de atriz e cantora, é professora de biologia na Escola Parque e contadora de histórias na creche “Fazer Arte”. Também é autora do blog aeducadora.blogspot.com, um canal de discussão da educação - formal e não formal.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Em busca dos Anjos do Teatro

Quando o teatro transmite, de maneira simples e direta, produtos culturais que fizeram sucesso em livros ou filmes, dizemos que a adaptação foi bem sucedida. Os investidores em cultura costumam priorizar as adaptações porque entendem que elas elevam o nível cultural do povo, mas há quem arrisque em idéias originais.

A figura do investidor é cada vez mais rara no teatro brasileiro e os produtores fazem malabarismos para encontrá-los. Uma das estratégias é a promoção de cocktail para a leitura do texto. Fisgar os "angels" pelo estômago pode até funcionar, mas o importante é que os investidores tenham a clareza dos custos de montagem. Por isso vale preparar cuidadosamente o orçamento, incluindo os salários (diretor, elenco, técnicos); detalhando o material (cenário, figurinos, iluminação, gráfica...) e o aluguel do teatro, cotizando o custo total e apresentando o plano de lucros - por amor à arte, poucos se aventuram!


Moema Renart de Brito, lançou em 1972 o Manual de Administração Teatral onde aprendi que a montagem de um espetáculo exige gestores competente. Eis as etapas do trabalho de produção, descritas por Moema:

A - Planejamento da propaganda

B - Contratação dos atores

C - Contratação de figurinista

D - Contratação do cenógrafo

E - Contratação do representante - quem venderá o espetáculo para instituições.

F - Locação do espaço para ensaios fora do Teatro.

G - Locação do teatro para ensaios e apresentações.

H - Execução de Figurinos.

I - Execução do Cenário

J - Busca de apoio para o espetáculo

K - Ensaios com roupas e Cenários

L - Ensaios Gerais

M - Propaganda de lançamento

Moema sugere que o cronograma dessas tarefas deve prever três tempos: o esperado, o otimista e o pessimista.

Ela também ensina que o planejamento de uma montagem teatral deve ter objetivos imediatos e a longo prazo. O produtor deve avaliar fatores internos e externos que possam interferir na montagem e traçar estratégias para atingir os objetivos.

A promoção do espetáculo não precisa depender apenas da venda direta de ingressos: instituições podem ter interesse em adquirir ingressos. Daí a importância de saber vender o espetáculo.

Moema destaca a importância da escolha do local do ensaio e da escolha do elenco. Quando a produção  garante condições adequadas para que os ensaios aconteçam e o elenco está empenhado no projeto, as chances do êxito aumentam. É preciso estar atento também às despesas de pré e pós produção. Contar com o lucro não é sensato.

Enfim, o produtor é aquele que está do outro lado da cortina, mantendo o controle, antes que o fato ocorra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário